Espada de vidro, de Victoria Aveyard

“A Rainha vermelha” foi um livro que me fisgou totalmente. Por este motivo comecei a sua sequência com as expectativas nas alturas, e não me decepcionei.

Neste segundo volume Mare se une a Guarda Escarlate e está disposta a dar início a uma grande revolução para ajudar pessoas como ela. Não são Prateados, nem Vermelhos, e sim Sanguenovos. Além do seu sangue em comum, ambos estão foragidos e correm muito perigo.

"A garota que vejo é, ao mesmo tempo, familiar e estranha - Mare, Mareena, garota elétrica, rainha vermelha - e ninguém ao mesmo tempo. Não é prateada. Não é vermelha. Não é humana. Um símbolo da Guarda Escarlate, um rosto num cartaz de procurados, a perdição de um príncipe, uma ladra... Uma assassina. uma boneca que assume qualquer forma, menos a própria."

Título: Espada de vidro

Autora: Victoria Aveyard

Páginas: 496

Editora: Seguinte
Avaliação: ❤❤❤❤❤

Ela está traumatizada pela traição do livro anterior, pelas coisas terríveis que teve de fazer e enfrentar. Não confia em mais ninguém, nem nela mesma. Mas, o que a move é que ainda há vermelhos e Prateados que não concordam com o governo de Maven e Elara. Caídos que se erguerão, como a aurora.

Com a lista de nomes de todos os sanguenovos em mãos, Mare começa uma busca contra o tempo, e contra o rei. Salvar outros como ela. Vermelhos com dons Prateados, que irão fazer toda diferença nesta batalha.

Há também a descoberta de que a Guarda é muito maior do que o imaginado. Mas, como nem tudo que reluz é ouro, ela percebe que não são todos que a veem como algo grandioso, inclusive, alguns destes a acham uma aberração.

Em "Espada de vidro" a autora Victoria Aveyard conseguiu, novamente, compartilhar até o mínimo detalhe dos pensamentos de cada personagem, fazendo com que nos sentíssemos inseridos dentro da história, que fossemos Mare, Shade, Farley ou Cal.

Nossa protagonista continua sendo destemida e muito impulsiva, talvez mais que no seu livro antecessor. Ela quer vingança, que os prateados que se acham superiores paguem por todo sangue vermelho derramado até então. Ela enxerga, nos sanguenovos, uma maneira de alavancar o poder dos vermelhos.

Cal e não marcou tanta presença. Agora ele é um exilado, forçado a abandonar tudo o que conhecia, é um assassino aos olhos de todos de Norta. Sem saída, ele se vê junto da Guarda Escarlate e ao lado de Mare. Vale ressaltar como a Victoria deixou claro a fidelidade deste com o sangue prateado, de como aquela não é a sua guerra.

Alguns personagens secundários ganharam mais destaque. Shade, o irmão de Mare, é o oposto dela. Ele é protetor e a ama muito. Há cena final envolvendo ambos que me fez chorar como uma criança. Há também Farley, a rebelde Vermelha, que é uma guerreira nata, que deixar suas emoções e humanidade transparecer conforme a história avança. Já Kilorn, o melhor amigo da garota elétrica, se mostra um companheiro fiel, com o qual ela pode contar em todos os momentos. É um guerreiro vermelho em meio a Prateados e Sanguenovos.

Com a procura por sanguenovos a todo vapor, é óbvio que muitos personagens novos pipocaram ao longo das páginas. Gareth e seu poder telecinético; Nanny e sua habilidade de se transformar em qualquer pessoa; Jon, que vê o futuro a todo momento. A autora inseriu todos eles de forma maravilhosa e soube guiar o seu desenvolvimento perfeitamente.

E claro, há Maven. Guiado pela terrível mãe, Elara, ele é um grande obstáculo nesta g

uerra. O personagem não aparece muito ao longo das páginas, mas sua presença está em todas as linhas. Mare quer vingança, quer matá-lo, mas no fundo ainda há esperança pelo o que um dia ela achou que ele foi.

"Vejo Maven em cada forma retorcida, em cada contorno escuro. Ele me disse uma vez que era a sombra da chama. Agora tenho medo de que tenha virado a sombra da minha mente; pior que um caçador, pior que um fantasma."

O livro é tão bom que as quase 500 páginas passam voando. Você começa e quando percebe já acabou. Eu amei este livro tanto quanto o primeiro e obviamente super indico ele. Se você ainda não começou essa série, corre, pois está perdendo uma história incrível.