A rainha vermelha, de Victoria Aveyard

Quando fiquei sabendo da premissa do livro a minha ansiedade para lê-lo só aumentou. Esta obra uniu tudo o que eu mais gosto em uma história: distopia, um quê de medieval, suspense e romance nas entrelinhas. Ao ler os primeiros capítulos, comecei a imaginar como ele daria um ótimo filme, ou até mesmo uma série, e desligada como sou, não sabia que um longa já estava sendo produzido. Agora, imaginem a minha alegria ao receber esta notícia. Já estou me planejando porque é certo que estarei na pré-estreia do mesmo. Até o momento não consigo explicar ao certo o quanto gostei de literalmente todas as páginas e espero conseguir passar tudo isso para vocês através da resenha a seguir.

"Parte de mim deseja se submeter às correntes, a uma vida cativa e silenciosa. Mas eu já vivi uma vida assim, na lama, nas sombras, numa cela, num vestido de seda. Jamais serei submissa de novo. E jamais vou parar de lutar."

Título: A rainha vermelha

Autora: Victoria Aveyard

Páginas: 422

Editora: Seguinte
Avaliação: ❤❤❤❤❤

Em um mundo dividido por sangue, apenas os prateados são dotados de poder, não só políticos e financeiros, mas verdadeiros dons. Manipulação da água, fogo, metais, natureza, desaparecer e aparecer em outro local, e até mesmo mexer com a mente do outro. São alguns dos exemplos que os tornam a raça superior neste novo mundo.

Mare Barrow conhece muito bem esta vida dividida entre vermelhos e prateados. Ela  é uma garota simples que sobrevive de roubos para ajudar sua família, enquanto aguarda o recrutamento para se juntar a uma guerra da qual não faz parte. Isso tudo por um simples motivo, seu sangue vermelho.

Mas, sua realidade é revirada de ponta cabeça quando a mesma recebe uma oportunidade de trabalho no palácio do rei. Em meio a um evento especial da família real, Mare se revela para todos e para si mesma. A descoberta de uma vermelha com poderes incríveis é arremessada diante de todos. Como isto é possível? Quem é esta garota?

É dentro deste contexto que começamos a ser apresentados a uma garota coberta por mentiras que podem vir a engoli-la. Agora ela deve seguir o papel de uma nobre prateada e cuidar para não dar sequer um passo em falso. Qualquer erro pode custar a sua vida. Com a cabeça e coração voltados totalmente para a causa com a qual se comprometeu, libertar os vermelhos, Mare acaba relutando que um romance surja na história, mesmo com dois príncipes encantadores demonstrando a todo o momento afeto por ela.

A Guarda Escarlate, grupo compostos por vermelhos dispostos a criar uma grande rebelião, é o outro grande foco da história. Eles lutam contra os prateados tentando mostrar que não há nada desigual entre ambos. E é claro, que mesmo rodeada por toda luxuria, Barrow não esquecera por tudo o que passou ao longo de seus dezessete anos.

Algo que merece grande destaque é o mundo criado pela Victoria. Achei demasiado interessante o fato de dar poderes sobrenaturais e como estes estão ligados a descendência e formação das casas deste povo. Outro ponto a ser evidenciado são os personagens secundários que prometem te surpreender a cada reviravolta. Os príncipes, Cal e Maven, mais distintos que o sol e a lua; a rainha Elara e seu poder avassalador de possuir mentes; o rei Tiberias e todo seu poder político; Julian que se mostra um verdadeiro amigo de Mare neste covil de víboras; e a família de Mare, que mesmo passando tanto trabalho, desgosta dos atos de roubos de sua filha.

O livro é narrado em terceira pessoa, a partir do ponto de vista de Mare, fazendo com que o leitor seja influenciado por sua perspectiva. Aos poucos vamos percebendo que a personagem é movida pela esperança e vontade de mudanças, o que acaba prejudicando sua visão sobre o que está tão claro a sua volta. Vale ressaltar que isto não prejudica o olhar além do que ela enxerga sobre este mundo.

Me deixou triste saber que muita gente compara a obra com séries como "A seleção" e "Jogos vorazes". Ainda não li o primeiro, mas sabendo o pouco da premissa, acredito que a única coisa que se assemelha seja a Prova Real, algo que é citado apenas nos primeiros capítulos para poder desenvolver a verdadeira trama. A comparação com o segundo título, respectivamente, é também meio desnecessário, pois aqui se contrasta dois personagens, Gale e Kilorn, ambos amigos de infância da personagem principal. De fato há semelhanças, porém muito pequenas e não desmerecem a trama ou a autora e mesmo o grande sucesso do livro.

Eu adorei cada detalhe que a autora Victoria Aveyard nos apresentou e tenho absoluta certeza, quem gosta de distopias que envolvam muita aventura e um toque de poderes para lá de extraordinários, vai amar “A rainha vermelha”. Amei tanto cada página que não pude me conter e já iniciei a leitura de seu próximo volume, “A espada de vidro” e dos contos “A canção da rainha” e “Cicatrizes de aço”.

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