A herdeira, de Kiera Cass

Neste volume da série 'A seleção' somos apresentados a novos personagens. O contexto da trama mudou, estamos vinte anos à frente. Agora a protagonista é Eadlyn e trinca e cinco pretendentes estarão disputando esta nova seleção.

"Nunca consegui prender a respiração por sete minutos. Nem sequer por um. Uma vez tentei correr um quilômetro e meio em sete minutos depois de descobrir que alguns atletas faziam isso em quatro, mas fracassei espetacularmente quando pontadas na lateral do abdome me deixaram exausta no meio do percurso. Contudo, há uma coisa que consegui fazer em sete minutos que a maioria das pessoas consideraria bem impressionante: me tornar rainha."

Título: A herdeira

Autora: Kiera Cass

Páginas: 391

Editora: Seguinte
Avaliação: ❤❤❤❤

Eadlyn, filha de America e Maxon, é a sucessora do trono de Illéa. Ela nasceu exatos sete minutos a frente de seu irmão gêmeo Ahren e por isso desde pequena foi treinada para ser rainha. O que ela não esperava: ter que viver a Seleção.

O sistema de castas foi dissolvido, mas ao contrário do que esperávamos a sociedade não aceitou isto muito bem. Nas ruas, ainda há descriminação com as castas que as famílias pertenciam no passado. Assim, vinte anos após uma nova lei ser implantada, Illéa encontra-se às voltas com manifestações e rebeliões. A única saída que o Rei encontrou é implantar uma nova Seleção para servir como distração para os seus súditos.

Trinta e cinco candidatos e uma única vaga. Para algumas garotas, seria quase um sonho ter tantos garotos disputando por sua atenção e amor, mas Eadlyn está bem como está e não quer um pretendente no momento. Determinada, ela aceita fazer parte de todo esse circo, mas com suas próprias condições. Ao final, não será obrigada a escolher um marido.

Como nos livros anteriores, alguns candidatos a príncipe consorte tem mais destaque que outros. Kile, filho de madame Marlee, é pego de surpresa ao ser sorteado, pois não preencheu toda a papelada e muito menos quer fazer parte de tudo isso; Henri, com toda a sua doçura e falando apenas finlandês, assim acompanhado de seu interprete a todo momento; Hale que promete de imediato fazer algo diferente diariamente para sua futura rainha. São diversos jovens, todos com suas ambições e a grande maioria com o mesmo objetivo: conquistar o gelado coração de Eadlyn.

Agora, contado o enredo, vamos aos pontos que me incomodaram. Não gostei do fato de Meri e Maxon cogitarem a possibilidade de usar a Seleção como distração. Em seus tempos, este foi o motivo para estourar as rebeliões. Realmente não consegui entender este motivo que para mim foi jogado nas páginas, pois não havia nada melhor no momento, mas ok.

O nosso casal responsável por arrancar suspiros e alguns fios de cabelo de seus leitores na trilogia inicial, está diferente. Obviamente vinte anos mudam as pessoas, porém em minha humilde opinião, America podia contribuir mais e ajudar o pobre coitado do Maxon em certos pontos. Ambos continuam sentindo todo aquele amor gigantesco um pelo o outro.

O que eu discordo da grande maioria dos leitores, é o fato de não achar a protagonista chata. Claro que ela é mimada, mas poderia ser muito mais. Penso que ela foi criada para se achar o centro do poder, e por isso não aceita certas críticas. Até da para relevar essas coisas.

Vale ressaltar como a autora descreveu todos os conflitos internos de Eadlyn. Kiera Cass faz com que o leitor sinta toda a confusão e frustração pela qual a personagem principal enfrenta ao longo das páginas. A escrita dela continua leve e descontraída, fazendo com que a obra se torne uma leitura super rápida.

Não é o melhor da série, na verdade eu tenho total noção que nada irá superar a trilogia inicial. Porém, não se torna perda de tempo ou uma leitura ruim. Recomendo sim a obra, mas vá sabendo que você pode não gostar, pois esta divide o coração dos leitores.