Lugares Escuros possui detalhes doentios, personagens
complexos e muito bem desenvolvidos. Uma vez que você encontra as primeiras
palavras, fica difícil largar o livro. Mais uma vez Gillian Flynn me prendeu do
início ao fim.
Título: Lugares escuros
Autora: Gillian Flynn
Páginas: 352
Editora: Intrínseca
O desenvolvimento foi impecável e a alternação narrativa de
três membros da família proporcionou uma grande dinâmica na obra. Um capítulo é
Libby, o outro é Ben e o ciclo se fecha com Patty Day, a matriarca da família e
por meio de flashbacks dos acontecimentos do dia dos crimes, o leitor é levado
a diferentes direções. Cada pequeno detalhe tem sua importância na solução do
crime. Afinal, quem e quantas pessoas foram responsáveis pelo assassinato na
madrugada do dia 2 de janeiro de 1985?
Libby Day tinha apenas sete anos quando testemunhou o brutal
assassinato da mãe e das duas irmãs na fazenda da família. O acusado do crime
foi seu irmão mais velho, que acabou condenado à prisão perpétua.
Desde aquele dia, Libby passou a viver sem rumo. Uma vida
paralisada no tempo, sem amigos, família ou trabalho. Mas, vinte e quatro anos
depois, quando é procurada por um grupo de pessoas, que se autodenomina Kill
Club, convencidas da inocência de seu irmão, trazendo a tona lembranças que
Libby manteve escondidas por toda a sua vida.
Logo de cara percebemos que a protagonista da história é uma
mulher problemática. Egoísta, sem muito tato social e com problemas
financeiros, Libby tem tudo para ser detestável, mas por alguma razão eu não
consegui odiá-la.
A narrativa do livro nos leva a dois opostos, passado e
presente, Lugares escuros não só mostra como a memória é passível de falhas,
mas também evidencia as mentiras que uma criança pode contar a si mesma para
superar um trauma.
A maneira como o final é contado me pareceu um pouco
apressado, mas como nos outros livros da autora, isso não o torna ruim.
O livro veio pra ficar marcado na memória e mal posso
esperar para acompanhar o filme.
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