Resenha: O mito da beleza, de Naomi Wolf

Foto: Luna literária

Talvez vocês não tenham me acompanhado na época em que eu estava escrevendo meu tcc (lê-se início do ano), mas as vezes eu aparecia aqui para mostrar as minhas leituras e, entre tantas, "O mito da beleza", da autora Naomi Wolf, foi uma delas.

Minha orientadora já havia avisado como este livro era devastador, do tipo que apresenta fatos históricos e joga verdades na sua cara. Por isso, pensei, é muito importante que eu compartilhe essa obra com o maior número de pessoas possível, pois todos precisam ler. Assim, cá estou, escrevendo essa resenha.




O mito da beleza
NAOMI WOLF
490 páginas
Sociologia
Editora Rosa dos tempos

Clássico que redefiniu nossa visão a respeito da relação entre beleza e identidade feminina. Um dos livros mais importantes da terceira onda feminista

Em O mito da beleza, a jornalista Naomi Wolf afirma que o culto à beleza e à juventude da mulher é estimulado pelo patriarcado e atua como mecanismo de controle social para evitar que sejam cumpridos os ideais feministas de emancipação intelectual, sexual e econômica conquistados a partir dos anos 1970.
As leitoras e os leitores encontrarão exposta a tirania do mito da beleza ao longo dos tempos, sua função opressora e as manifestações atuais no lar e no trabalho, na literatura e na mídia, nas relações entre homens e mulheres e entre mulheres e mulheres.
Nomi Wolf confronta a indústria da beleza, tocando em assuntos difíceis, como distúrbios alimentares e mentais, desenvolvimento da indústria da cirurgia plástica e da pornografia.
Esta edição, revista e ampliada, traz uma apresentação da autora contextualizando o livro para os leitores de hoje, já que esteve mais de duas décadas longe das livrarias brasileiras.


O Mito da Beleza é uma das obras que marcam a terceira onda feminista e veio para mostrar como a propaganda atinge as mulheres em diversos contextos. O livro aborda, e explica, como a nossa cultura é obcecada com o corpo feminino, mais precisamente como a sociedade acredita que a magreza é sinônimo de beleza. Mas, como essa ideia surgiu?

Este mito não nasceu agora, ele já vem de décadas passadas, se fortaleceu, principalmente, a partir dos anos 70, quando as mulheres caíram em si e diziam não a mística feminina da domesticidade. Ele nos enfraquece e põe obstáculos em diversos aspectos de nossas vidas, sejam no trabalho, saúde, amor, sexualidade, na auto estima.

Naomi Wolf discorre e traz dados (por que aqui as informações não são inventadas) sobre a violência na pornografia, a era das cirurgias plásticas, a repressão que a religião ainda impõe e, até mesmo, como o mito está ligado aos distúrbios alimentares.

Publicado em 1991, você pode pensar "o livro está desatualizado, as coisas mudaram". Sinto dizer, você está errado, pouco mudou. A medida que o leitor avança as páginas, percebe como o que ali está escrito faz tanto sentido, percebe que aquela é a nossa realidade, enfiada goela abaixo ao longo dos últimos anos.

“O feminismo tinha se tornado um palavrão. Partia-se do pressuposto de que mulheres que reclamavam do mito da beleza tinham, elas sim, algum defeito”.

A mensagem que o livro transmite é importante, mas, é aquilo que já estamos cansadas de gritar, união, apoio, empatia, amor entre as mulheres, isso fará a diferença. Precisamos estar juntas, lutando contra uma sociedade que nos desvaloriza e crê que nem todo lugar é nosso lugar de fala. Estão errados! Provamos.

Agora me conta, você costuma ler livros desse gênero? Gosta de não-ficção? E, aqueles que já leram essa obra, gostam?


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