A prisão do rei, de Victoria Aveyard

Começo esta resenha destacando o quanto gostei do livro, desde as sua primeiras palavras, literalmente. Antes mesmo de o primeiro capítulo se iniciar, a autora escolhe uma citação maravilhosa, e sinceramente, preciso compartilhá-la com vocês: "Nunca duvide que você é importante, poderosa, merecedora de todas as chances e oportunidades no mundo para correr atrás dos seus sonhos". Gostaria de contar de quem é esta, porém não achei informações sobre. Passado isso, sigo com a organização normal de minhas resenhas, um trecho da história e minha opinião.

"Ele era o menino na sombra, um filho esquecido. Eu me reconheci nele. Sempre atrás de Gisa, a estrela cintilante do mundo dos meus pais. Sei agora que foi proposital. Ele me enganou quando era príncipe, me atraindo para sua armadilha. Agora, estou na prisão do rei. Mas ele também está. Minhas correntes são as Pedras Silenciosas. As dele são a coroa."

Título: A prisão do rei
Autora: Victoria Aveyard
Gênero: Fantasia
Páginas: 552
Editora: Seguinte
Avaliação: ❤❤❤❤❤

Neste terceiro volume da série somos inseridos ao seguinte contexto: Mare está presa, a mercê de Maven. O garoto pelo qual um dia ela se apaixonou, continua reunindo todas as suas forças para tentar derrotar a Guarda Escarlate. Ele a usa exatamente como uma peça de tabuleiro, um peão em seu jogo, para manipular o povo, enganar e confundir. Já Mare tenta reunir todas as suas forças, procurando pelas fragilidades do então rei, para que possa as usar contra o prateado. Do outro lado, o restante da Guarda Escarlate se organiza, treinando e expandindo. A rebelião avança, se prepara para a guerra.

Mare está na prisão do rei, domada por seus braceletes de pedras silenciosas, mas protegida. Maven a ama, isto é indiscutível, um amor sombrio. Ela pode ser parte deste jogo, mas continua não se curvando diante de ninguém. A garota elétrica continua perigosa, mesmo silenciada. Ela é uma sanguenova, possue poderes, mas também é uma vermelha cansada de ver as injustiças com o seu povo. Ela não desistirá tão facilmente.

Maven Calore, rei de Norta, é apenas um garoto assustado, confuso com seus pensamentos. Guiado pela ânsia de conquista, ele leva os planos de sua mãe a frente, manter o controle de Norta e acabar com a Guarda Escarlate. A realidade é a seguinte, ou você o ama, ou odeia. Há um meio termo? Talvez, acredito que me encontro em cima do muro. Nesta obra, Victoria nos apresenta os motivos para ele ser o monstro que julgamos ser, e confesso, me deixou em pedaços. Desafio você a não sentir um resquício se quer de compaixão com o até então vilão.

E, há Cal, o príncipe prateado, traído pelo irmão, arrancado de seu trono, exilado de seu país e povo. Um prateado entre os vermelhos, incapaz de decidir a que lado dedicar sua lealdade. Ele possui apenas uma certeza, precisa salvar Mare, custe o que custar. E isso infelizmente resulta em péssimas escolhas e uma morte muito sentida por mim.

É chegado o momento de a Guarda Escarlate partir para as decisões drásticas. E, quem fica responsável por nos mostrar este outro lado da história é Cameron, a garota que para tentar resgatar seu irmão, e sendo obrigada por Mare, ajuda a Guarda no livro anterior. Aqui vale ressaltar as cenas de ação simplesmente maravilhosas e de tirar o folego, e, em minha opinião, a de Corvium foi uma das melhores. Uma salva de palmas para Victoria, por favor!

A autora nos mostra que os dois lados tem seus problemas. Ninguém é correto, o mocinho da história, nem vermelhos, nem prateados. Ambos querem usar os Sanguenovos nesta batalha. O primeiro, respectivamente, os quer como armas. Já o segundo, construir um exército particular contra os vermelhos. E claro, usando Mare como faixada.

Entre os personagens coadjuvantes podemos destacar Evangeline Samos. Ah garota, você me fez ir do ódio ao amor por você. Surpreendentemente, ela busca liberdade para sua vida e escolhas, porém continua fiel a sua família. Kilorn, Farley, os comandantes vermelhos, e claro, toda a família de Mare merecem destaque. Também veremos mais sobre o reino de Lakeland, o que confesso, da um quê a mais para a trama.

Comparado aos livros anteriores, este possui uma abordagem diferente. Primeiro podemos ver a perspectiva de outros personagens, já que as narrações foram intercaladas entre Mare, Cameron e Evangeline. Há também o fato de que este aborda vários assuntos, como intrigas políticas, traições inesperadas e claro, como sitado anteriormente, batalhas épicas. Victoria também nos traz romance, que eu particularmente esperava desde "A rainha vermelha". Os capítulos podem ser um tanto quanto monótomos em certos momentos, porém tudo há justificativa.

"A prisão do rei" é uma obra totalmente complexa. Aveyard nos entrega um livro completo e maravilhoso, desde a página um até a 535. Com um final avassalador, a autora mais uma vez nos deixa ansiosos pelo próximo volume, este que será o último (choramos!). Ela sabe como finalizar um livro e nos deixar de queixos caídos.